domingo, 30 de novembro de 2008

O MEDO

Os pêlos ficam arrepiados, os poros da pele começam a entrar em um processo de transpiração fria que molha as mãos e os pés, a cor da pele empalidece se tornando opaca como se o sangue sumisse das veias, a boca fica seca junto com a garganta, a mente pode ficar ou em estado de alerta, ou com uma paralisia cerebral ou ainda com uma profunda vontade de fugir gritando por socorro, já entrando em estado de pânico total. Parece que estou falando de uma pessoa fora do normal e, no entanto estou falando de atletas, treinadores ou quaisquer outros seres humanos que em geral passam por uma situação de medo. Os animais sentem medo como uma forma de proteção que na maioria das vezes é para saírem de uma situação de perigo eminente sob a ameaça real de predadores que possam lhe tirar a vida. Dificilmente um animal entrará em estado de medo sem que alguma coisa real lhe ameace a existência, enquanto nós, seres humanos, somos mais complexos e temos uma mente muito prodigiosa para imaginarmos coisas irreais, que normalmente nos levam para um estado emocional, que em algumas pessoas são patológicos e em outras nem tanto. Também devemos deixar bem claro que lutar em competições não deixa de ser uma verdadeira ameaça real de vida. No taekwondo esse estado mental começa em sua maioria nos treinamentos de lutas dentro dos dojang's. Alguns alunos preferem dizer que não gostam de lutar. Realmente existem aqueles que vão praticar o taekwondo por outras razões que não seja a luta em si, porém têm também os que sentem a maior vontade de ter uma participação mais ativa nos combates com seu colegas de treinos, mas no entanto ficam inseguros por ainda não dominarem as técnicas do taekwondo. Este é um modelo de aluno. Mas temos o outro modelo formado por aqueles que têm um bom domínio dos movimentos em geral e sentem a maior vontade de lutar, entretanto o medo é muito grande, impedindo-os de fazer o que eles mais gostam no taekwondo que é praticar os combates. Os campeonatos são os lugares onde mais presenciamos o medo. É lá que ele mais gosta de aparecer. Podemos dizer que é sua área de diversão, sua praia, etc. É ali naqueles dias de competição que ele mostra sua cara medonha, asquerosa e fria sem dar a mínima bola para ninguém. Basta o atleta começar a alimentá-lo com pensamentos férteis, dessas que temos quando estamos com medo, então ele, sem pedir nenhuma licença, como um vírus que começa a se entranhar em nossas mentes, transforma-se num verdadeiro germe que começa pequeno para depois ir crescendo, crescendo, crescendo... até tomar por definitivo todo o estado comportamental do competidor ocasionando-lhe na maioria das vezes um fracasso eminente naquilo que ele, atleta, se preparou e mais queria naquele momento, que era simplesmente lutar para ganhar ou perder. Quando a gente está de fora, tudo parece fácil. Só quem já esteve lá dentro (área de luta) e sentiu na pele toda essa adrenalina pode falar com propriedade desse sintoma emocional que nós chamamos de medo de lutar. Sempre senti um pouquinho de medo de lutar em competições, mas havia uma força maior dentro de mim que me empurrava para as disputas. Engraçado era que eu sempre sentia mais medo e ansiedade na minha primeira luta do campeonato, talvez fosse porque no meu inconsciente eu sabia que se perdesse a primeira luta não lutaria mais, ou seja, iria para a arquibancada assistir o resto da competição. Entretanto, se eu passasse da primeira, esse tipo de medo ia desaparecendo. Quando eu chegava na final, estava sempre com um grande potencial mental de confiança. Então percebi que o medo depende de vários fatores emocionais que se manifestam dentro de nós, hiper-ansiendade, falta de confiança em si próprio e finalmente, o que é super normal, sentir medo do desconhecido, ou seja, depende de com quem e onde você irá lutar, pois quando lutamos com um adversário e ambiente conhecido o medo quase não aparece. Uma boa dica para você atleta é: procure saber porque você sente medo, converse com você mesmo sobre seu medo e caso ele não desapareça, então procure ajuda de um profissional da área de psicologia que com certeza terá mais conhecimento técnico para descobrir a verdadeira causa do seu medo. Às vezes também uma simples conversa com o seu treinador (professor) poderá resolver o problema.
Então meu amigo, coragem e vamos lá...

Nenhum comentário:

Postar um comentário