domingo, 7 de dezembro de 2008

Em tempos de reflexões olímpicas

“O espaço científico é um local impróprio para os saudosistas do passado e para os desatentos à realidade presente e à sua evolução”. Jorge Olímpio Bento

Neste período de balanço sobre o esporte olímpico brasileiro, quero ampliar a discussão retórica e por meio desta crônica pedagógica buscar conectar pessoas que pensam o esporte de maneira diferenciada, ou seja, que o olham por outro prisma.

É tempo de entender o esporte, e conseqüentemente o futebol, inserido no emergente paradigma da complexidade, o qual respalda as novas tendências em pedagogia do esporte.

Sendo que estas novas tendências em pedagogia do esporte devem oportunizar muito mais as lógicas e razões do jogo, do que proporcionar o aprendizado de gestos técnicos estereotipados; devem formar o homem em humanidade e não apenas em “esportividade”; devem levar todos a níveis superiores de conhecimentos independentes do grau de conhecimentos que se alcance; devem facilitar o superar-se; devem permitir a conservação da alegria originária da criança, sua ingenuidade, seu espontaneísmo e criatividade; devem ser uma ponte e não um final de processo, ou seja, “ser transição e não naufrágio”; devem ser uma pedagogia da dor (no sentido de luta pela superação), do desejo, da desocultação da realidade, da descoberta, da modéstia, da humildade, das pequenas grandes coisas, do Eu moral. Enfim, esta pedagogia do esporte vem configurar-se, como bem diz o professor Jorge Olímpio Bento, numa oficina de aperfeiçoamento do homem, do crescimento dos humanos em humanidade.

Mas, para que estes pensamentos possam emergir e tornarem-se realidade aplicada, faz-se necessário que se pense o esporte muito mais na perspectiva de quem o pratica, partindo de uma pedagogia que prima pela qualidade no processo e respaldo teórico científico na aplicabilidade técnica.

Desse modo a mais importante premissa dessa nova perspectiva de entendimento do esporte, que deixará com certeza muitos profissionais do meio esportivo indignados, deve ser: O ESPORTE PODE SER PRATICADO POR TODOS AQUELES QUE QUEIRAM.

Infelizmente, muitas pessoas e, por incrível que possa parecer, muitos profissionais do esporte, não pensam assim, ou são levados a não pensar. Muitos que poderiam vivê-lo, senti-lo, tocá-lo, são condicionados a pensar que o esporte existe apenas para alguns poucos olímpicos escolhidos e, por isso, aos simples mortais, resta, apenas, a posição de espectadores, admiradores do monte Olimpo.

Assistir esportes, concordo, tem lá seu prazer, mas praticá-lo, é muito, mas muito mais prazeroso. Não falo apenas pensando em questões de saúde, digo em respeito ao ego, em respeito à coragem, em respeito à possibilidade do superar-se. Quem vive esporte se descobre guerreiro, se descobre capaz de feitos inacreditáveis. Aflora do seu interior, um poder que o impulsiona, que o põe inquieto frente aos desafios, frente às batalhas, frente ao mundo.

Um esportista, não se contenta com sons e imagens, não quer ser apenas um espectador. Quer estar no campo, competindo, lutando, mostrando sua força e grandeza. Cantando seu hino; hasteando sua bandeira.

Quando digo um esportista, deu para perceber que não estou falando apenas do atleta olímpico, do jogador profissional de futebol, enfim, de atletas de alta performance, estou querendo dizer: TODOS AQUELES QUE PRATICAM ESPORTES! E preciso enfatizar isso.

Todo ser humano pode ser esportista! Todo ser humano é inquieto por natureza e, por essa razão, todos deveriam viver em busca de sua auto-superação. Pois o esportista, antes de vencer alguém, vence a si mesmo.

Mas, será assim que as pessoas responsáveis em promover, divulgar e ensinar esportes pensam? Será que não estão apenas atrás de algum talento para colocá-lo na mídia, ou na arena para entreter os passivos espectadores, e render alguns milhões, por exemplo?

Gostaria de estar errado. Gostaria de julgar que nossas últimas medalhas olímpicas fossem frutos de estruturados programas esportivos sustentáveis, e não de especializações precoces, de elitizações esportivas, ou mesmo de nichos isolados e temporários de rendimento ótimo.

Sonho com o dia em que teremos uma política esportiva decente, robusta e com verbas (e não com quirelas), empenhada e compromissada em desenvolver o esporte nas suas três grandes dimensões: educacional, participação e alto-rendimento.

Trabalho para que o esporte escolar (não em conflito com as aulas de Educação Física escolar), envolto pelos preceitos das novas tendências em pedagogia do esporte, possa se materializar em condutas pedagógicas alicerçadas pelos quatro princípios (pilares) pedagógicos, destacados pelo professor João Batista Freire: ensinar esporte a todos (princípios da inclusão); ensinar bem esporte a todos (princípio da competência pedagógica); ensinar mais que esporte a todos (princípio ético); ensinar a gostar de esportes (princípio do prazer).

Anseio em ver o dia em que o esporte universitário seja valorizado e estimulado (por meio de incentivos fiscais), de modo a abarcar todos os esportes amadores, relacionando esporte e profissionalização especializada.

Adoraria que nossas crianças carentes não vissem o esporte apenas como um meio de ascensão social - como é exaustivamente divulgado -, mas que o esporte para elas fosse o propulsor, o estimulador, para que não desistam tão cedo do jogo da vida.

Todavia… medalha é o que interessa…

Por isso, que o esporte, a partir da soberana visão hegemônica, assuma sua “função social” e tire mais um menino da rua, apenas um, mas desde que ele tenha chance de ser um recordista. O restante? Bem, o restante que pratique o seqüestro 4X4, o assalto com vara, o assalto à distância, o assalto triplo… pois aí sim, somos campeões (processo construído de modo sustentável) e ganhamos muitas, mais muitas, medalhas de sangue, dor e desespero.

Quinta-feira, 4 Setembro, 2008

Artigo gentilmente cedido pelo Prof. Dr. Alcides Scaglia

http://www.crefsc.org.br/artigos/artigo1008.html

domingo, 30 de novembro de 2008

A VIOLÊNCIA E AS ARTES MARCIAIS

A violência hoje praticada em áreas urbanas está crescendo muito e chegando a níveis intoleráveis por todos nós.Não só adultos como também a juventude de hoje está cada vez mais violenta principalmente pelo fato de que vivemos em uma sociedade que constantemente faz apologia a violência como formas de heroísmos e glórias. Essas manifestações de violência chegam até nós de diversas formas tais como: televisão, cinema, desenhos animados, brincadeiras infantis com uso de armas de brinquedo, e outros costumes que invariavelmente incitam atos violentos.Muitas pessoas temem as artes marciais e seus praticantes porque acham que são eles os responsáveis pela violência neste mundo. Uma vez que eles aprendem técnicas consideradas "mortais" ou "fatais", a mídia acredita que os artistas marciais são violentos e, sem exagero, perigosos. Então para que servem o uso das artes marciais? - pessoas poderiam perguntar. Servem, antes de tudo, para modificar em tudo na vida de uma pessoa. Até em atividades que não tenham nada a ver com esporte ou movimento, a pessoa apresenta um rendimento e uma criatividade maior. Contribuem também na formação da personalidade da criança inciando os treinamentos juntamente com as atividades escolares. Além de melhorar a vida de uma pessoa, as artes marciais ajudam o artista marcial a encarar a violência como um mal que pode ser combatido e não como uma arma a ser usada. Para que brigar??? Para que machucar ou matar alguém?? O que se ganha com isso??Sendo assim, nós praticantes de artes marciais não podíamos nos ausentar de tais discussões principalmente pelo fato de as lutas marciais estarem geralmente associadas aos atos de violência praticados por pessoas que se dizem "lutadores"e que na verdade não passam de criminosos comuns.O problema da violência crescente nos dias de hoje está enraizado na organização familiar e social bem como nos problemas sociais em que vivemos.Nossos jovens crescem e se educam aprendendo que atos de bravura e heroísmos são sinônimos de violências de diversas formas. O poder da TV nos dias de hoje intensifica ainda mais essa penetração de tais conhecimentos deturpadores dentro de nossas casas.Nossos governantes ainda mantém uma política de combate a violência centrada em repressão e punições enquanto a idéia mais adequada seria investir muito mais em educação e no controle de informações com conteúdos violentos veiculadas por todos os seguimentos da mídia. Também seria aceitável a melhora considerável das condições de cidadania das pessoas que dessa forma retomariam aquele sentimento de humanidade há tanto perdidos.O que vemos na maioria dos casos é um explosão de violência juvenil que assusta ainda mais nossas comunidades. Todos os dias assistimos nos noticiários que atos de violência foram cometidos na maioria dos casos por menores infratores.O problema se agrava ainda mais pelo fato de a legislação que cuida dos direitos e deveres dos menores em nosso país (Estatuto da Criança e do Adolescente) servir de escudo para esses menores praticarem qualquer tipo de ato ilícito.Essa mesma legislação que protege o menor digno e bom cidadão protege também o menor infrator e em muitos casos assassino também.Nós, praticantes de Taekwondo há muitos anos, somos mais importantes ainda nesse processo de contenção da violência, utilizando nossos conhecimentos marciais e filosóficos para formar cidadãos dignos e corretos. Na prática do Taekwondo prezamos antes de qualquer coisa a disciplina entre os atletas e incentivamos constantemente o exercício do respeito pelo próximo e a busca do autocontrole. Também desenvolvemos o gosto pela competição por entendermos que dentro dos limites de nossa arte marcial a competição imita em muito a competição da vida. E dessa forma o atleta acaba ficando mais preparado para enfrentar as diversas situações que a vida lhe proporcionará.Se você quer praticar o Taekwondo, escolha uma academia e um professor que sigam uma doutrina séria e disciplinada, com ênfase na prática filosífica do Taekwondo juntamente com a parte esportiva. Procure sempre indicações de amigo sobre professores e academias devidamente registradas nas federações e confederações oficiais de taekwondo.
Professor Wilton M. Rosa - Faixa Preta 1.º DAN
Filiado à C.B.T.K.D. e à F.P.T.K.D.

AS RESPONSABILIDADES DO EDUCADOR

"Quais são as responsabilidades do Educador?"

Esta questão tem gerado muitas discussões nos meios educacionais.
Não raras vezes o Professor é confundido com um membro da Família do Educando, ou ainda com Conselheiros Psicológicos, com Líderes Espirituais e outros, desviando-se do real sentido da profissão de Educador.
Muitos Educadores gostam disso, pois assim passam a ser heróis, fonte de confidência dos alunos, os "amiguinhos" da turma, deixando de cumprir seu papel, único e claro: Educar, formando cidadãos conscientes.
Gostaria de convidar ao leitor e à leitora para fazermos uma reflexão sobre este assunto.
No "Aurélio" está clara a definição de formação : "Constituição, caráter, maneira porque se constituiu uma mentalidade , um caráter , ou um conhecimento profissional ". A própria LDB 9394/96 é bastante incisiva, no que se refere à formação do cidadão, na Escola.
Portanto, espera-se do Professor a preocupação, tanto com o desenvolvimento específico de sua disciplina, quanto com a formação ética e moral do mesmo; ou seja, de seu caráter.
É evidente que o Professor não é o único responsável pela formação do cidadão. A Família ainda é a maior responsável . Mas a Sociedade não pode mais aceitar uma Educação retrógrada, que incentive e desenvolva unicamente a capacidade de memorização (treino de Vestibular) ou preparação técnica (profissionalizante). Isto, porque esta mesma Sociedade necessita de muito mais.
Necessita de Professores competentes, especializados, cultos e atuantes. Professores que se comprometam com a formação do cidadão, no sentido literal da palavra.
Valores como a consciência de sua Cidadania (inclusive o Amor à Pátria, com a visão da possibilidade de intervenção em todos os setores da Sociedade), respeito por si e pelo próximo, desejo de continuidade constante nos estudos, no aperfeiçoamento e muitos outros, devem ser incorporados, vividos, no cotidiano escolar. Porém, esta educação abrangente somente poderá ser real se o Professor estiver disposto a vivenciar a competência e a humanidade requeridas - do contrário, será uma atuação falsa.
Precisamos nos lembrar sempre que o Professor é e sempre será um formador de opiniões, um modelo para seus alunos, que aprendem muito mais pelo exemplo do que pela palavra. É necessário portanto, que ele utilize essa sua influência de modo positivo e acredite realmente na sua força, enquanto Educador.
Como Educadora e como Cidadã, acredito firmemente que o Brasil - independente de qualquer interferência negativa - pode e deve retomar o desenvolvimento "moral", pois o "econômico" é conseqüência. Sendo assim, concluo que o único local possível de se iniciar uma mudança radical e imediata é na Educação; pois é lá que estão as novas gerações, as quais, se forem bem orientadas, poderão desfrutar de um país muito mais desenvolvido que o atual... e, é claro, muito mais feliz!

UMA REFLEXÃO SOBRE SER MESTRE

O que seria esta especial condição que alguém pode alcançar?

A história do homem tem dado indícios de quais ingredientes poderiam ser levados em consideração para qualificar alguém como Mestre. Mas hoje, o que significa ser um Mestre?
Costumamos considerar Mestre, aquele que é versado, habilitado ou capacitado em uma arte ou ciência. Por exemplo, Vila-Lobos na música, Jorge Amado na literatura, Oscar Niemayer na Arquitetura, Aleijadinho na arte barroca, Einstein na física e tantos outros.

O dicionário Aurélio nos dá alguns indicativos:
Mestre.... 1.Homem que ensina; professor; 2.Aquele que é perito ou versado numa ciência ou arte...3.Homem superior e de muito saber: 4.Aquele que se avantaja em qualquer coisa: Em criar confusões ele é mestre...11.Diretor espiritual; mentor, confessor...13.Aquele que tem o mestrado (5)...21.Bras. Cap. Título concedido a capoeiristas mais experientes, com notório saber e longa vivência na capoeira...23.Que é superior a... 25.Que é o mais importante; que serve de base ou de guia; principal, fundamental:

Nas Artes Marciais, ao longo da história, fomos associando este título a indivíduos realmente excepcionais, tais como: Ms Sokaku Takeda (Daitoryu Aikijujutsu), Ms Murihei Ueshiba (Aikido), Ms Funakoshi (Karatê), Ms Young Sul Choi (Hapkido), Ms Choi Hong Hi (Taekwondo), Ms Hwang Kee (Môo Duk Kwan) entre tantos que deram uma contribuição espetacular para inúmeras modalidades de Artes Marciais ou Esportes de Combates e tantos outros com o mesmo grau de importância.

Todavia, nestes últimos anos muita coisa mudou. Alguns valores deram espaço a outros que até então eram inconcebíveis. A modernização das Artes Marciais, na tentativa de se adaptarem aos novos tempos, fez com que perdessem sua essência, como a luta pela sobrevivência ou o vencer para não ser vencido, a união entre a prática física e a espiritual, a filosofia, ou sua própria história dando lugar ao novo, ou seja, às competições, às exibições e o espetáculo.

Não seria radical afirmar que estamos na contramão da história e que nos perdemos no nosso próprio egoísmo, desrespeitando todo um acúmulo de centenas de anos de trabalho de um considerável conhecimento das potencialidades humanas.

Ora, hoje o termo mestre é usado como cordialidade ou educação pelo conjunto da sociedade. Também pertence ao meio acadêmico, referindo-se àquele que conclui um curso Stricto-sensu, um mestrado.

Para as Artes Marciais este termo é uma designação a praticantes muito experientes e com longo tempo de estudo de sua arte.

No Taekwondo, não é diferente. Os praticantes, depois de atingirem o estágio de Faixa Preta reiniciam um outro e longo caminho de aprendizagem e essa graduação é geralmente denominada Dan, do 1º ao 9º ou 10º.

Até bem pouco tempo não era comum encontrar pessoas com essas graduações, o que para muitos dos praticantes significava um sonho. Hoje isto mudou, ser um Faixa Preta perdeu o encanto. Aquilo que era algo de difícil acesso ou conquista, perdeu o charme. Encontramos Faixas Pretas em qualquer lugar. E o que é pior, com comportamento totalmente incoerente com o estágio conquistado.

Já que ser graduado com Dans ficou comum, a moda agora é virar mestre. E alguns chegam a este estágio de maneiras tão estranhas que chega a espantar; o comércio, a politicagem, chantagem, submissão, subserviência, prestação de serviços, favores e tantas outras. Menos com treinos, dedicação, reflexão, humildade, meditação e compromisso com a conduta adequada. Ser um mestre hoje se popularizou tanto que já esta perdendo a graça; a nova onda, pelo jeito, será ser Grão-Mestre. Grande nem que seja nos dans, já que a maestria e a grandeza do espírito pouco importa. É desagradável ver que muitos graduados querem mais graus e esquecem que grandes conquistas implicam em grandes responsabilidades.

Ser Mestre é uma condição muito especial e não é para qualquer um. Alguns mestres atuais podem até desfilar com seus “risquinhos na faixa”, mas, enganam-se a si mesmos e a outros expondo as Artes Marciais ao descrédito. O lamentável é que não adquiriram isso sozinho, tiveram um Grão-Mestre que compactuando com estas discrepâncias, não percebendo que também se tornariam vítimas nessa banalização de Dans e Mestres; sem contar o desrespeito com aqueles que fazem jus a tal distinção.

Na essência da nossa reflexão, o verdadeiro mestre é, portanto, aquele que se tornou senhor de si, isto é, mestre de si mesmo. Alguém com o espírito diferenciado e mais próximo da iluminação. Segundo Georges Gusdorf: “Professores há muitos; mestres, dignos deste nome raros o são. O mestre é. Porque a sua vida tem um sentido, ensina a possibilidade de existir (...).” Entende-se que os professores ensinam por palavras, com os Mestres aprendemos por ações e exemplos.

Jesus, segundo o Evangelho de São Lucas 6:40 disse: Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre. Não seria esta a missão de um Mestre? Colaborar para crescimento e independência do aluno? Não seria ensiná-lo a andar por si só e poder se orgulhar por dar essa contribuição? Não seria este o ideal de criação dos nossos filhos?

A questão do ser mestre vai muito além da própria definição. É muito mais que um adjetivo, é uma condição, um papel que se desempenha. Por isso, devemos considerar que esse termo especial nem sempre é usado para definir qualidade, pois há casos em que o sujeito é mestre, mas em algo nada louvável. Consideremos que alguém somente será um verdadeiro mestre, se tiver alunos, e essa qualidade só ficará evidente quando houver uma relação de aprendizagem, mas não uma relação simples, algo bem maior para o seu discípulo como; a tarefa de educar, dar rumo, direção, um norte, uma causa, enfim, um sentido para a vida.

No sentido filosófico do termo, a existência do mestre pode ser mensurada pela qualidade de sua obra e pelas atitudes de seus discípulos.

“O mestre e o discípulo não se descobrem como tais senão na relação que os une (...) pode-se dizer que é o discípulo que faz o mestre, e o mestre que faz o discípulo.” Gusdorf (1970:250).

Costumamos fazer muita confusão nesta relação, pois, valorizamos em demasia o título, e esquecemos de sua essência. A relação Mestre / Aluno, implica em um aceitar o outro e se isto não acontece; nada mais tem sentido. Vemos muitos mestres querendo arrancar o respeito pela simples ostentação deste grau, ou até à força, sem perceberem que eles também precisam ser aceitos, pois caso contrário, o ser mestre não significará nada.

Portanto, mesmo que nos esforcemos para manter dentro das Artes Marciais alguns costumes que aprendemos e que continuamos a reproduzi-los, faz-se necessária uma séria reflexão sobre esta questão; caso contrário nos tornaremos “mestres” do nada, e o pior, nem de nós mesmos.

De qualquer forma, mesmo que alguns achem mais prático entender a condição de mestre como um mero grau burocrático, haverá outros em busca de um verdadeiro Mestre, não um instrutor, um professor, um técnico ou um bom treinador, essa é a parte mais fácil. Um mestre no sentido amplo da palavra com igual importância, que se enquadre no sentido mais nobre do termo. Alguém com a missão de ensinar um pouco mais do que técnicas, que saiba conduzir os seus no caminho ideal das artes marciais, além de entender e assumir integralmente sua condição humana.

José Afonso Nunes
F. Preta 2º Dan – CBTKD
Mossoró - RN

Entendendo a Disciplina no Dojang

Por: Mark VanSchuyver

O ginásio estava lotado com pessoas vestidas em uniformes brancos e faixas coloridas. O líder da congregação se levantou, era um homem asiático que usava uma faixa preta esfarrapada. Ele deu um comando que pôs em ação os faixas pretas. Em segundos o grupo estava atento. No comando seguinte eles sentaram de pernas cruzadas. Foi interessante ver, nos Estados Unidos, cinqüenta pessoas baixando como peças de dominó. Isso num país que se orgulha do individualismo, independência e não conformidade. Isto ainda acontece a cada dia nas escolas de taekwondo por toda a nação. Por que os norte-americanos fazem filas para entrar em tais escolas e sujeitam-se a este tipo de tratamento? Porque eles reconhecem que disciplina é necessária para o sucesso no estudo de artes marciais, diz Kyu Il Cho, um instrutor de taekwondo que administra duas escolas em Oklahoma. E cada vez mais os americanos estão reconhecendo o valor da disciplina em todos os aspectos das suas vidas, disse ele. Disciplina também tem um papel importante na administração de escola de artes marciais bem sucedidas. Depois de 20 anos neste negócio, Cho sustenta que a disciplina é o que difere o taekwondo de outros estilos de autodefesa. ´Disciplina deve estar presente nos estudantes, professores e nos negócios`, ele diz.Quando se tem disciplina no taekwondo, consegue-se vantagem sobre a maioria das outras artes por causa de seu fundo militar. A maioria, se não todos os estilos, foi projetada para ensinar a um grande número de soldados a lutar em um breve período de tempo. Na Coréia, o taekwondo moderno continua sendo usado para preparar soldados para combate corpo a corpo.A ênfase continua na disciplina e pode ser atribuída parcialmente ao fato de que praticamente todos instrutores coreanos passaram um tempo no exército. Na Coréia, nós temos uma obrigação, diz Cho: ´Todo o homens tem que passar um tempo nas forças armadas`. O treinamento militar severo experimentado pelos professores de artes marciais coreanos reforça a crença no valor da disciplina, e é o que eles transferem para o dojang. Entre um punhado de instrutores cuja imigração para os Estados Unidos foi patrocinada por um membro da Federação de Taekwondo Mundial, Cho mantém os padrões mais altos no seu dojang. O que não surpreende que ele receba respeito total dos seus alunos. ´Se você sabe o que está fazendo e é bom naquilo que você faz, ganha respeito automaticamente`, diz Cho. Mas o respeito conferido a ele e aos seus colegas coreanos ocidentais vem mais do que apenas uma reação às habilidades técnicas que possui. Vêm de um reconhecimento do treinamento severo que tiveram e da forma como este treinamento se reflete em suas aulas. Cho começou a treinar em 1959, contra a vontade da família. Diferentemente dos seus amigos, ele valorizou o que aprendeu e se tornou um faixa-preta e então um instrutor. ´Meus professores na Coréia eram muito duros comigo e com meus colegas`, conta. ´Se 10 pessoas se inscrevessem para aula naquela semana, oito ou nove saiam na semana seguinte. Nós lutávamos em contato e de forma intensa o tempo todo. Naquela época, não tínhamos nenhum tipo de equipamento. Os alunos sempre se machucavam, pois os treinos eram severos`. Apesar da educação rígida, Cho insiste que há mais nas artes marciais do que alguns instrutores ensinam aos seus alunos. ´Lutar não é o aspecto principal do taekwondo`, diz ele. Em vez disto ele argumenta que o desenvolvimento do caráter, a filosofia, a moral e a saúde física são as reais prioridades do treinamento.Escolas coreanas tradicionais mantêm padrões rígidos de disciplina e protocolo (etiqueta). Embora possa parecer desnecessário ao ocidental comum, o programa tem funcionado tão bem que as aulas de taekwondo frequentemente recebem mais alunos que outras artes marciais. Cho credita isto às tradições rígidas de taekwondo. Disciplina e protocolo significam quase a mesma coisa nas escolas de taekwondo. Estudantes usam uniformes que têm e devem estar de acordo com os códigos rígidos de limpeza, modelo e cor. Pequenas diferenças são permitidas. O efeito, até mesmo aos novatos, é um sentimento de ordem e de ajuste. O exército há muito reconhece que uniformizar pode ser um símbolo de fazer parte, unidade e orgulho. O mesmo é verdadeiro nas artes marciais. A classificação por cor de faixa é o segundo símbolo de disciplina e ordem que tem ajudado a colocar o taekwondo no topo. Os seres humanos são criaturas orientadas por alvos; os americanos são duplamente assim. Os graus de classificação e as promoções regulares no treinamento do taekwondo permitem que alunos estabeleçam metas e se esforcem por alcança-las. Muitos excelentes sistemas de lutas não têm atingido sucesso comercial porque as suas tradições demonstram claramente a falta de procedimentos no estabelecimento de metas.Á formalidade é o terceiro ingrediente chave na disciplina do taekwondo. Os alunos são orientados a chamarem seus instrutores pelo título ou pelo sobrenome. Até mesmo alunos que treinam durante anos com o mesmo instrutor se referem a ele dessa mesma maneira no local de aula. Este elemento de formalidade parece simples, mas sua contribuição para construir e manter disciplina é poderosa. Na realidade, disciplina é o benefício primordial no treinamento do taekwondo. Cho acredita que a arte desenvolve este atributo em dois níveis. O primeiro envolve disciplina física. Taekwondo exige esforço físico ao extremo. Constrói equilíbrio, poder, flexibilidade, da força muscular e coordenação. Atingir um grau alto leva anos, e até que um estudante alcance a faixa preta, ele terá estabelecido, provavelmente, um hábito de exercício para toda a vida. O segundo nível envolve disciplina mental. Treinando o corpo para executar tarefas difíceis sob rígidas linhas de disciplina, força a mente a se tornar mais ordenada. Alguns estudos sugeriram até mesmo que as pessoas que treinam constantemente possam ver uma melhora nas suas habilidades acadêmicas. A disciplina mental adquirida no treinamento do taekwondo é aplicada em todos os aspectos da vida.
Sobre o autor: Mark VanSchuyver é um escritor independente e artista marcial.
Tradução e Adptação: Tkdlivre com Fonte: http://www.blackbeltmag.com/document/491

A FÁBULA DOS PORCOS ASSADOS

Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque, até que descobriram um novo método, e tentaram mudar o sistema, fazer algumas adaptações e melhorias. Mas as coisas não funcionavam muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o sistema falhava as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o sistema simplesmente não podia falhar. Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o sistema. Congressos, seminários, conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Todavia, não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte repetiam-se os congressos, seminários, conferências. As causas do fracasso do sistema, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas. As causas eram realmente difíceis de determinar. Na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado; indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores especializados (incendiadores da zona norte, da zona oeste, etc, incendiadores com especialização em matutino e vespertino - incendiador de verão, de inverno, etc). Tinham ainda especialistas em ventos - os anemo técnicos. Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada, um Diretor de Técnicas Ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Reflorestamento, uma Comissão de Treinamento Profissional em Porcologia, um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA) e o Bureau Orientador de Reforma Igneooperativas. Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas. Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, fogo mais potente, etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno. Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades com o apoio de fundações a preparação de professores especializados na construção das instalações para porcos, etc. As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo e depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus, posicionar ventiladores gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo, etc. Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em Sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso), chamado João Bom-Senso, resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne. Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o Diretor Geral de Assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouvi-lo pacientemente, disse-lhe: - Tudo o que o senhor disse é muito bom, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os Anemo técnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades? - Não sei - disse João. - E os Especialistas em Sementes? Em árvores importadas? E os Desenhistas de Instalações para porcos, com suas máquinas purificadoras automáticas de ar? - Não sei. - E os Anemo Técnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Hein? - Não sei - repetiu João encabulado. - O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê, se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo? O senhor com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemo técnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brazinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me. - Não sei não senhor. - Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotécnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor? - Sim, parece que sim. - Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotécnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país? - Não sei. - Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemo técnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de oeste (nossa maior carência), como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez! - Realmente, eu estou perplexo! - respondeu João. - Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo? João Bom-Senso, coitado, não falou nem mais uma palavra. Sem despedir-se, meio atordoado, assustado, com a sensação de estar causando problemas, caminhando de cabeça baixa, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu.Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos, o que falta é a presença do Bom-Senso.

Autor Desconhecido

O MEDO

Os pêlos ficam arrepiados, os poros da pele começam a entrar em um processo de transpiração fria que molha as mãos e os pés, a cor da pele empalidece se tornando opaca como se o sangue sumisse das veias, a boca fica seca junto com a garganta, a mente pode ficar ou em estado de alerta, ou com uma paralisia cerebral ou ainda com uma profunda vontade de fugir gritando por socorro, já entrando em estado de pânico total. Parece que estou falando de uma pessoa fora do normal e, no entanto estou falando de atletas, treinadores ou quaisquer outros seres humanos que em geral passam por uma situação de medo. Os animais sentem medo como uma forma de proteção que na maioria das vezes é para saírem de uma situação de perigo eminente sob a ameaça real de predadores que possam lhe tirar a vida. Dificilmente um animal entrará em estado de medo sem que alguma coisa real lhe ameace a existência, enquanto nós, seres humanos, somos mais complexos e temos uma mente muito prodigiosa para imaginarmos coisas irreais, que normalmente nos levam para um estado emocional, que em algumas pessoas são patológicos e em outras nem tanto. Também devemos deixar bem claro que lutar em competições não deixa de ser uma verdadeira ameaça real de vida. No taekwondo esse estado mental começa em sua maioria nos treinamentos de lutas dentro dos dojang's. Alguns alunos preferem dizer que não gostam de lutar. Realmente existem aqueles que vão praticar o taekwondo por outras razões que não seja a luta em si, porém têm também os que sentem a maior vontade de ter uma participação mais ativa nos combates com seu colegas de treinos, mas no entanto ficam inseguros por ainda não dominarem as técnicas do taekwondo. Este é um modelo de aluno. Mas temos o outro modelo formado por aqueles que têm um bom domínio dos movimentos em geral e sentem a maior vontade de lutar, entretanto o medo é muito grande, impedindo-os de fazer o que eles mais gostam no taekwondo que é praticar os combates. Os campeonatos são os lugares onde mais presenciamos o medo. É lá que ele mais gosta de aparecer. Podemos dizer que é sua área de diversão, sua praia, etc. É ali naqueles dias de competição que ele mostra sua cara medonha, asquerosa e fria sem dar a mínima bola para ninguém. Basta o atleta começar a alimentá-lo com pensamentos férteis, dessas que temos quando estamos com medo, então ele, sem pedir nenhuma licença, como um vírus que começa a se entranhar em nossas mentes, transforma-se num verdadeiro germe que começa pequeno para depois ir crescendo, crescendo, crescendo... até tomar por definitivo todo o estado comportamental do competidor ocasionando-lhe na maioria das vezes um fracasso eminente naquilo que ele, atleta, se preparou e mais queria naquele momento, que era simplesmente lutar para ganhar ou perder. Quando a gente está de fora, tudo parece fácil. Só quem já esteve lá dentro (área de luta) e sentiu na pele toda essa adrenalina pode falar com propriedade desse sintoma emocional que nós chamamos de medo de lutar. Sempre senti um pouquinho de medo de lutar em competições, mas havia uma força maior dentro de mim que me empurrava para as disputas. Engraçado era que eu sempre sentia mais medo e ansiedade na minha primeira luta do campeonato, talvez fosse porque no meu inconsciente eu sabia que se perdesse a primeira luta não lutaria mais, ou seja, iria para a arquibancada assistir o resto da competição. Entretanto, se eu passasse da primeira, esse tipo de medo ia desaparecendo. Quando eu chegava na final, estava sempre com um grande potencial mental de confiança. Então percebi que o medo depende de vários fatores emocionais que se manifestam dentro de nós, hiper-ansiendade, falta de confiança em si próprio e finalmente, o que é super normal, sentir medo do desconhecido, ou seja, depende de com quem e onde você irá lutar, pois quando lutamos com um adversário e ambiente conhecido o medo quase não aparece. Uma boa dica para você atleta é: procure saber porque você sente medo, converse com você mesmo sobre seu medo e caso ele não desapareça, então procure ajuda de um profissional da área de psicologia que com certeza terá mais conhecimento técnico para descobrir a verdadeira causa do seu medo. Às vezes também uma simples conversa com o seu treinador (professor) poderá resolver o problema.
Então meu amigo, coragem e vamos lá...

CONSIDERAÇÕES SOBRE MESTRES, FEDERAÇÕES, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E LIBERDADE INDIVIDUAL

O Taekwondo tem passado nestes últimos anos por grandes transformações a nível mundial. O Brasil não resistiu a esses fortes ventos vindos lá de fora e já não somos mais os mesmos. Essas mudanças, embora necessárias, implicam em sacrifício, e com essas transformações temos observado o surgimento de barreiras até então, aparentemente intransponíveis. Sabe-se que o Taekwondo chegou ao Brasil na virada dos anos 70. De lá para cá grandes mestres coreanos se revezaram na solidificação desta Arte Marcial em solo brasileiro. Minimizar esta contribuição seria um equívoco. Porém, percebemos que alguns mestres não conseguiram estabelecer uma ação padronizada, além de não terem dado mais atenção à formação de mestres brasileiros para continuar esta missão, que seria coordenar e administrar o TKD nacional. Com isto, as sucessões a nível estadual e nacional, que deveriam ser um processo normal, transformaram-se em uma espécie de quebra de braço entre mestres brasileiros e coreanos, o que gerou um clima de desconfiança, desarmonia e, conseqüente, instabilidade em nossas instituições. É evidente que importantes mestres coreanos, que até um determinado momento deram importante contribuição nesse processo, acomodaram-se em alguns cargos nas Federações ou na Confederação e abriram mão do seu papel fundamental, ser Mestres; transformando-se em dirigentes esportivos convencionais que a imprensa brasileira costuma chamar de cartolas. Esta acomodação, além de não ter ajudado na construção de um futuro estável em nossas instituições, deixou um vazio nos nossos referenciais éticos e morais, devido ao afastamento do seu papel principal, mestres formadores de homens e de caráter. E, se o Tae Kwon Do ainda pode ser considerado uma Arte Marcial, perdemos nossos guias na busca do DO, ou seja, do Caminho. Por outro lado, apressaram-se em formar mestres em alguns estados, para dar conta da demanda que surgia, colocando 4º e 5º Dans na cintura de gente que tem deixado muito a desejar. Esquecendo que para ser um bom mestre precisariam, no mínimo, de um cursinho de liderança, ética e relações interpessoais. Sobre as Federações, este modelo federativo coordenado pela confederação, ainda é o meio administrativo mais razoável. Porém, os encantos do poder contagiam as pessoas de maneira impressionante. Essa forma de coordenação das federações trouxe outros inconvenientes. Um deles foi o papel dos presidentes que de administradores eleitos para um mandato de tempo limitado, passaram a agir de modo a não abrir mais mão do cargo; transformando-se, em alguns casos, em cargo vitalício. A partir daí surgiram vários equívocos e inconvenientes. Outro problema foi a falta de entendimento entre algumas pessoas que assumiram esses postos e como deveria ser seu relacionamento com o conjunto dos taekwondistas. Surgiram vários casos de inversão de papéis, pois se eram escolhidos para cumprir um mandato e representar o coletivo, não seria justo, o presidente eleito, de posse do poder, colocar sua vontade na frente dos interesses coletivos. Esta distorção teve vários desdobramentos, tais como: • Ausência de debates mais regulares nas federações para resolverem os pontos que não eram consensuais: • Não avaliação do mandato, visto que a presidência das federações pertence ao conjunto dos taekwondistas: • Dificuldades no ingresso de novas associações, principalmente se estas pertencerem a um grupo não afinado com o presidente; • Mudanças unilaterais nos critérios de exames de faixa, deixando bons mestres fora do processo, quando não, centralizando os exames a um único e reduzido grupo que por um argumento administrativo ou burocrático se arroga de possuir legitimidade do que até então não lhe competia; • Os cargos dentro das federações, presidentes e diretores técnicos, foram confundidos e as questões técnicas, isto é, selecionados e exames de faixas, passaram a ser centralizados por estes presidentes, deixando os diretores técnicos com funções mais reduzidas. Com isto, criaram um dos maiores problemas que vivemos atualmente, a política se sobrepondo às questões técnicas. Contudo, a própria confederação, para não se indispor com estes presidentes, até por que são os eleitores do seu mandato, tem feito ´vistas grossas` sobre esses exageros. Desta forma, como alguém pode se opor ao presidente em exercício se é esta quem decide sozinho sobre seu futuro e o futuro dos seus alunos? Embora seja um raciocínio simplista, poderíamos analisar isso pelo seguinte ângulo: se o cargo de presidente é para o cumprimento de um mandato temporário e este é eletivo, como os responsáveis pelas associações ou academias, isto é, os eleitores ou possíveis eleitores deste posto, podem exercer seus direitos já que devem se submeter à vontade e aos mandos deste presidente? A relação não estaria invertida? Elegem o sujeito e depois se tornam, ao mesmo tempo, cúmplices, prisioneiros e vítimas desta centralização. Ultimamente falar em participação política nas federações de Taekwondo, se não for ofensa pode parecer piada. Até porque muitos desses presidentes são ´Mestres´, isto é, mais graduados. E ai se estabelece uma crise ética: respeito e subordinação ao mais graduado ou o cumprimento das normas, estatutos, leis e etc. Não é exagero afirmar que participação política e liberdade individual é um luxo que não cabe dentro de nossas instituições. O cumprimento dos requisitos legais só é importante quando as circunstâncias exigem e somente posto em prática quando os homens do poder acham necessário. Caso contrário, o que vemos é opressão, submissão, ´queimação`, desmoralização e exclusão. A participação do coletivo, respeito à liberdade individual, ética e transparência são ingredientes indispensáveis para a nossa harmonia. Enquanto os taekwondistas não enfrentarem uma discussão sobre esses temas, estaremos todos em constante conflito. Diante de tudo isto, não estaria na hora de deixarmos algumas pretensões pessoais em segundo plano e nos dedicarmos mais na construção de um convívio mais harmonioso e de respeito às diferenças de idéias? Por acaso não estamos esquecendo o DO pelo caminho?
E ainda há quem defenda que os fins justificam os meios.
José Afonso Nunes
Faixa Preta 2º Dan - CBTKD
Mossoró - RN

sábado, 22 de novembro de 2008

Centros de Treinamento Prof. Junior

Academia Lopes - Vila Valqueire
Rua das Margaridas, 32 - Vila Valqueire
2ª, 4ª e 6ª de 18:00 ás 19:00 – Faixa etária mista
Tel.: (21) 2454-4399


Academia Lopes - Mal. Hermes
Rua Gal. Cláudio, 139 - Mal. Hermes
2ª, 4ª e 6ª de 20:00 ás 21:00 – Faixa etária mista
Tel.: (21) 3340-5517

Ong Superação & Trabalho
Rua Itaci, 208 - Ricardo de Albuquerque
Sábado de 09:00 ás 11:00 – Faixa etária mista
http://www.superacaoetrabalho.org/
Tel.: (21) 7899-0672


Projeto Robin Hood
Rua Iruê, 155 – Bento Ribeiro
3ª e 5ª de 20:00 ás 21:00 – Faixa etária mista
Tel.: (21) 3340-8969

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

AINDA NÃO FOI DESTA VEZ... PROJETO TAE KWON DO SOCIAL!!!

AGUARDANDO PATROCÍNIO E LOCAL PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO!
EMPRESÁRIOS, MOBILIZEM-SE!!!

TAE KWON DO SOCIAL é um Projeto Social desenvolvido por mim, e conta com o apoio direto do Professor Adalmir presidente da Ong Superação & Trabalho dentre a colaboração de outras pessoas.
Este projeto visará a integração e a sociabilização de crianças e jovens dos bairros de Bento Ribeiro, Vila Valqueire, Osvaldo Cruz, Marechal Hermes e adjacências.

PROJETO

TAE KWON DO SOCIAL

Com a falta de programas sociais diversificados voltados para as atividades esportivas lúdicas em nossa comunidade, está cada vez maior o número de adolescentes em situação de risco.

Nos últimos anos tem havido um surto de violência e perda da moralidade em todos os níveis da sociedade, especialmente entre jovens; evidentemente, existem várias razões para isto, infelizmente, no entanto, em vez de canalizarem a sua extraordinária energia e potência no sentido construtivo, demasiados reagem com fúria cega destruindo ao invés de construir, ou meramente fugindo a tudo isso, isolando-se através das drogas e dos seus próprios mundos de fantasia. Presentemente, a tendência de o mais forte dominar o mais fraco parece estar no seu cume.

Isto deriva não só do instinto de sobrevivência, mas também de um mundo material e científico super desenvolvido. O primeiro conduz os jovens a um materialismo e egoísmo extremo, enquanto o segundo torna os seres humanos amedrontados, embora representando um papel importante no bem-estar social.

Observado isto, foi que o Professor Junior, faixa preta 1º DAN, idealizador do projeto, Professor Evandro Luiz, faixa preta 1º DAN, formado em Educação Física pela UNISUAN, coordenador do projeto, resolveram disponibilizar para a comunidade uma atividade desportiva gratuita.

O principal objetivo do Tae Kwon do é desencorajar a opressão do fraco pelo mais forte, com um poder que deve ser baseado no humanismo, justiça, moralidade, sabedoria e fé ajudando assim a construir um mundo melhor e mais pacífico. Outro objetivo é formar seres humanos respeitados em todos os sentidos, desenvolvendo a inteligência, fortalecendo o espírito e a sociabilização, e garantindo uma boa saúde física e mental. Deste modo, o praticante torna-se um cidadão consciente de seus deveres para com a família, seus concidadãos e seu país. Outro objetivo importante do Tae kwon do é afastar o aluno das drogas, do fumo e do álcool. Se, ao treinar ou praticar o Tae kwon do, não tivermos estes objetivos bem definidos, será como ter apenas uma força sem justiça, que é a violência e a maldade.

O praticante de Tae kwon do adquire desenvolvimento físico, que o faz mais seguro de si, disciplina mental, que o torna mais equilibrado, e o transforma em uma pessoa com o espírito confiante, generoso, justo, humilde e líder.

À medida que vão aprendendo o Taekwondo, tendo contato com outras pessoas de fora do seu meio, num convívio pacífico, recreativo, harmonioso, disciplinar, cooperativo e sendo valorizados, os jovens começam a se integrar na sociedade. O Taekwondo propicia uma condição de respeito para que consigam respeitar o próximo, conduzindo seus estímulos no sentido positivo da vida. Quando os jovens começam a se valorizar voltam a estudar, se arrumar e a verem que têm valor e espaço perante a sociedade.

“Mostrai – me um homem violento que tenha chegado a um bom fim, que o tomarei como mestre.”

Lao - Tsé

Aguardem!!!



Mais informações:(21) 9495-0919 / 8850-7066 / 7823-6037 / Id 23*28780
tkdprofjunior@gmail.com